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08 setembro 2007

Humor editorial
Comédia gráfica do futuro


Cartoonismo ganha cada vez mais expressão na Web

Ignorar a importância do cartoon na imprensa contemporânea é um erro tão grande como impedir que os autores de atropelos aos direitos humanos apareçam desmascarados aos olhos dos cidadãos. O cartoon faz-nos rir. O cartoon faz-nos pensar. "A brincar, a brincar é que as verdades são ditas", atesta o ditado popular. Numa era de novos e grandes desafios para a imprensa, o cartoon editorial mantém-se em todo o mundo como uma necessidade que distingue meios de referência como "The Times", "Washington Post", "Le Monde", "El País", etc.

O futuro do cartoon político está atado ao dos jornais. Para que ambos possam sobreviver, terão de passar por uma transição bem sucedida para os novos meios. Isso é ponto assente. Mas essa metamorfose não tem de ser dolorosa. Pelo contrário. Há no meio cibernético todo um conjunto de vantagens de que o trabalho dos cartoonistas pode tirar um partido entusiasmante. Os arquivos que permitem consultar os trabalhos anteriores à distância de um clique, por exemplo, são uma delas. Mas há outras...

Um cartoonista que pode ser um farol para todos os outros é o norte-americano Mark Fiore. Sediado em São Francisco, Califórnia, Fiore foi o primeiro profissional do mundo a deixar completamente para trás a publicação impressa dos seus cartoons para concentrar-se exclusivamente na Internet. Mais do que isso, foi o primeiro a explorar no seu trabalho as maravilhas da animação em Flash tornando os seus cartoons ainda mais atractivos e originais. Os cartoons de Fiore são um festival de cor, movimento, música, efeitos sonoros e, claro, gargalhadas. "Um cartoon político animado pode chegar ao interior da mente de uma pessoa e atingir mesmo em cheio no ponto desejado", considera.

Mas ainda falta vencer algumas bolsas de resistência e conservadorismo no meio dos próprios humoristas gráficos. A título de exemplo, é notável que alguns dos principais salões internacionais de cartoons ainda não aceitem a concurso trabalhos publicados exclusivamente na Internet. Mais cedo ou mais tarde, terão de rever esse aspecto. Porque os cartoons têm tendência a tornar-se cada vez mais multimédia. O futuro está nas mãos de quem souber abraçar essa revolução.

Ciber-humoristas

O cartoonista e ilustrador Rodrigo de Matos tem 32 anos. Fez o curso de Ilustração Editorial e de Imprensa na Escuela Superior de Dibujo Profesional, em Madrid, formação que combina com a Licenciatura em Jornalismo da Universidade de Coimbra. Ao fim de seis anos de trabalho como jornalista - a maior parte deles no "Público" e no "Correio da Manhã" -, Rodrigo seguiu o caminho do cartoonismo, que classifica como "uma outra forma de olhar para o Mundo, igualmente jornalística".

Sites a visitar
- www.editorialcartoonists.com
- www.creators.com
- www.caglecartoons.com
- www.markfiore.com
- humorgrafe.blogspot.com

Expresso (Guia Prático do Site do Expresso), 8 de Setembro de 2007

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